O impacto de um diagnóstico e o começo de um tratamento que vai exigir todas as forças. A luta de Thiago Costa pela vida. O Delegado da Polícia Civil está afastado de suas atividades e falou pela primeira vez ao Iaçu Notícias depois da descoberta de um câncer.

A jornada de um tratamento para o câncer é desafiadora desde o diagnóstico. O impacto negativo da notícia, a reorganização do dia-a-dia para conciliar a rotina de hospital com trabalho ou estudos, os efeitos adversos do tratamento, a instabilidade emocional. Uma verdadeira ‘reviravolta’ da vida, que somente quem está passando ou já passou por tratamento pode ter noção da dimensão.
O cenário é por si delicado e requer do paciente entender as novas circunstâncias de sua vida para levar o tratamento da forma menos dolorosa possível, sem ‘encerrar-se’ em detrimento da doença, mas respeitando os limites que o corpo impõe.
Dono de uma incrível habilidade política, o Delegado Thiago Costa é hoje uma liderança na região, graças a sua forma respeitosa e bastante humilde em tratar as pessoas e o sucesso no desempenho do seu trabalho, sobretudo nas cidades de Itaberaba, Iaçu, Milagres e Itatim.


TRAJETÓRIA
O delegado da Polícia Civil da Bahia Thiago Costa foi o entrevistado desta semana pelo site Iaçu Notícias. Além de delegado, dr. Thiago já foi aprovado nos concursos da CBTU (2006), Tribunal de Justiça de Pernambuco (2006), agente de Polícia de Pernambuco (2006), escrivão de Polícia de Pernambuco (2006), escrivão da Polícia Federal (2009) e Delegado da Polícia Civil da Bahia (2013).
Dr. Thiago nasceu em Recife (PE) e já realizou diversas operações no estado da Bahia“ Já tenho 7 anos atuando como Delegado da Polícia Civil aqui na Bahia, já fui delegado em Itaberaba, Iaçu, Marcionílio Souza, Itaetê, Milagres e Itatim”, finalizou.
*AÇÕES SOCIAIS*
Durante a entrevista Dr.Thiago ressaltou uma ação social muito importante que fez juntamente com a Polícia Civil em Iaçu “um doce por um sorriso” onde foi entregue mais de mil doces e quinhentos brinquedos às crianças carentes, levando também a conscientização da população com relação ao racismo religioso.









Confira a entrevista completa abaixo:
*Desafios de sua carreira?*
Acho que o maior desafio é conseguir demonstrar que é possível dar efetividade à atividade policial sem violar direitos humanos essenciais
*Como surgiu essa paixão pela profissão?*
Sempre fui da área criminal, desde a faculdade! Fui escrivão de polícia muito cedo, eu ainda estava no meio do curso de direito quando passei no concurso e me apaixonei pela área
*Metas e objetivos de vida?*
Eu ainda sonho muito! Gostaria de intensificar os estudos na área do direito processual penal e da segurança pública, tenho gosto por essas questões de política criminal! Acho que posso contribuir positivamente na criação de políticas públicas para a área, mesmo sabendo das dificuldades e do desgaste que o enfrentamento à violência causa!!!



*Participação em operações importantes?*
Sim. Estamos integrando sempre as operações de destaque dentro da Polícia Civil, tendo como exemplo as operações em conjunto denominadas Unum Corpus, com atuação direta no interior do Estado, bem como as operações individuais em cada cidade de atuação, como as recentes “Narco Itatim (2020), Playboys de Iaçu (2023) e” Olho Mágico em Milagres (2023).
*Qual o principal conselho que um policial precisa ouvir no começo de uma carreira?*
Eu costumo dizer que o sentimento heroico, apesar de louvável, não reflete a realidade do dia a dia policial. Em que pese o interesse pela atividade operacional seja o sonho cinematográfico dos que almejam a entrada na corporação, a verdade é que antes de qualquer coisa o policial é um trabalhador, que integra uma categoria profissional, com deveres, mas também tem direitos, dentre eles o de permanecer vivo depois de uma operação e de ter sua saúde mental em dia para se manter equilibrado em um cotidiano extremamente desgastante. Então, a dica seria filtrar as informações que chegam no início da carreira, para criar maturidade policial, não deixar de estudar e colocar a sua saúde mental em primeiro lugar.
*Família e Agradecimentos?*
Se eu já colocava minha família em primeiro lugar, hoje, passando pelo processo que estou passando, coloco ainda mais! Devo tudo aos meus pais, que deixaram muitas vezes de viver a vida deles para que eu tivesse a oportunidade de crescer profissionalmente e como pessoa. Família é a base de tudo, é quem realmente vai estar lá com você nos momentos difíceis. Meus agradecimentos vão inteiramente aos meus pais, à minha família e a todos os amigos, em especial aos queridos moradores das cidades de Itaberaba, Iaçu, Milagres e Itatim que não param de me mandar mensagens positivas e de carinho.
*O preparo psicológico para arriscar a vida todos os dias?*
É como eu falei, a saúde mental precisa estar à frente do desafio heroico policial. Policiais são em regra crucificados como responsáveis por resolver problemas sociais que não são de sua alçada. A pobreza, a miséria, a desigualdade, o vício, essas questões não podem ser depositadas na conta da polícia. Não somos capatazes de ninguém, a Polícia é uma instituição de Estado, constitucionalmente democrática e seus servidores precisam ser respeitados. É preciso garantir dignidade humana aos policiais e proteger sua integridade, a exemplo da sua saúde mental. Sem isso, teremos sempre servidores doentes e culturalmente impacientes, em decorrência de uma cobrança inadequada, ilegítima e desproporcional. Todo policial precisa ter tempo para operar em campo, mas precisa ter tempo para estar descansando com sua família.